quarta-feira, 2 de junho de 2010

Em uma manhã comum.

Hoje eu vi uma cena um tanto quanto incômoda quando saí de casa, no início da manhã. Não foi uma batida de carro e nem uma criança passando fome (infelizmente isso tudo virou tão banal). Era um homem, de aproximadamente 40 anos, saindo de um bar, correndo para a rua, atrás do que provavelmente era sua mulher. Mas não era para abraçá-la,  nem lhe fazer uma declaração de amor (quem me dera!), e sim para obrigá-la a voltar para o bar, à força. Ele, visivelmente, tinha bebido e ela, provavelmente, não gostou de algo que ele fez ou disse e saiu do lugar, com ares de irritação. Isso deve ter sido muito pra ele. Beber de manhã? Tudo bem. Brigar com a esposa? Tudo bem. Mas "perder a moral" na frente de todos os presentes no lugar? Ah, isso não era permissível! Ele a puxou pelo braço, fazendo-a freiar bruscamente. Ela carregava em seu semblante uma mistura de ódio com medo. O homem, então, falou algo perto do ouvido da mulher e logo os dois voltaram para o bar: ela, ainda irritada e com a cabeça baixa; ele, cheio de orgulho no peito por ter sido mais um cafajeste nesse mundinho de Deus-nos-acuda. Não sou feminista, não saio pelas ruas exigindo que homens e mulheres sejam iguais e todo aquele discurso. Mas acho que qualquer ser humano, em sua plena consciência, deveria se enojar ao ver qualquer pessoa tentando, a todo custo, ter posse sobre a outra. Não digo só na relação homem/mulher, mas em qualquer outra. Mas o pior é saber que isso talvez não pare por aí... Como serão/devem ser os filhos dele? Parte da prole que vai dar continuidade à sua mediocridade. Pois é, afinal, nada é tão ruim que não possa piorar.

Um comentário:

  1. Comungo com sua indignação, Feh, embora ache que em briga de marido e mulher... Não é questão de ser feminista, é apenas indiganação pela falta de respeito. Um relacionamento deve ser pautado nessa premissa.
    Grande abraço!

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